Cancioneiro guasca
O meu bagual

Fiz ontem repontar o meu bagual,
O meu bagual sebruno rabicano,
E fui ver, no rincão do Faxinal,
A china, que não via há mais de um ano.

Sestroso sempre, o puava do bichano,
Mal sente pelas ventas o buçal,
Bufa, como um feroz republicano
Se lhe falam no trono imperial.

Atiro-lhe lombilho. A barrigueira
Fá-lo gemer. O pingo o solo cheira
E faz partes de guapo redomão.

Monto. Debalde o bruto corcoveia,
E quando a todo o lombo se plancheia,
Saio folheiro - a rédea pela mão.

F. A. Vieira Caldas Júnior
(Porto Alegre)

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