Cancioneiro guasca
Quadras

Meus senhores, dêem licença
Pra atirar minha pedrada:
Quem no mundo não arrisca,
Não ganha nem perde nada.

Esta noite dormi fora,
Na porta do meu amor;
Deu o vento na roseira
Me cobriu todo de flor.

As correntezas do rio
Torcem os paus da balsa;
Tu também és inconstante,
E como as águas, és falsa.

Todos cantam, trovam versos
Com sua sabedoria:
Só eu me ponho a cantar
Pela lei da monarquia.

Quando começo a cantar
Digo palavras tiranas;
Da árvore a que me encosto
Seca o tronco, murcha a rama.

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