Cancioneiro guasca
Outra, da mesma época

O partido que pretende
Nossa moral corromper,
Vou fazê-lo conhecer
       - Pelo Sinal.

Da palavra liberal
Tem ele tanto temor,
Como o diabo tem horror
       - Da Santa Cruz.

Em seus escritos transluz
A indecência em grau subido;
De tão funesto partido,
       - Livre-nos Deus.

Perseguir patrícios seus,
P'ra de estranhos ser bem-visto,
Só faz quem não crê em Cristo,
       - Nosso Senhor.

Mas de Deus não tem temor
O partido saquarema;
Longe vá o seu sistema
       - Dos nossos.

Rebater os erros grossos
Dos saquaremos, devemos
Porque são das leis que temos,
       - Inimigos.

Do povo se fazem amigos,
Quando tem necessidade,
Porém é - sua amizade,
       - Em nome.

Lição tal o povo teme,
Desta gente que deseja
Que o filho contrário seja
       - Do Pai.

Vede qual é, reparai,
De Pernambuco hoje a sorte:
Chora o pai a triste morte
       - Do Filho.

Da desordem o caudilho
Quer ver se o mal nos conduz,
Porque odeia a clara luz
       - Do Espírito Santo.

Mas há de ver com espanto,
Que, amando o povo a verdade,
Só quer paz e liberdade.
       - Amém!

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